Descaso
Moradores da rua Argolo reclamam do abandono do canal
Localizado entre as avenidas Ferreira Viana e Juscelino Kubitschek, local transborda a cada enxurrada, provocando alagamento na entrada de prédios
Foto: Carlos Queiroz - DP - Sujeira no canal contribuiu para odor forte e transbordamentos
A previsão de chuva prevista para esta sexta-feira (3) é sinal de alegria para os agricultores que sofrem com a estiagem. Mas para os moradores do prolongamento da rua General Argolo, trecho aberto recentemente entre as avenidas Ferreira Viana e Juscelino Kubitschek, é prenúncio de transtorno. É que a cada vez que há um volume maior de água, o canal que margeia a rua transborda e a sujeira com odor forte invade não só a via, mas a calçada e até a entrada dos prédios. A preocupação é mais uma reclamação para que órgãos limpem o canal pluvial, pois, segundo eles, o pedido já foi encaminhado à Prefeitura de Pelotas, mas não teriam recebido solução. O Executivo diz que, por se tratar de macrodrenagem, a responsabilidade é do Sanep.
Quem olha em dia de sol não diz que o canal, que é um prolongamento do canalete da Argolo, tem dado tanta dor de cabeça para os moradores dos diversos prédios. Quem habita a área há anos relata que nos últimos meses as inundações, que antes da abertura da rua para a avenida Juscelino Kubitschek, em meados de novembro, ocorria esporadicamente, agora é a cada chuva. A causa principal apontada por quem vive nos edifícios é o desleixo com o local, que passou a acumula resíduos e vegetação.
"Eu e um funcionário do prédio cortamos uma árvores, pois os galhos acumulavam todo o lixo jogado no canal, obstruindo o escoamento da água da chuva", conta Magnória Dalloglio, 59, síndica de um dos condomínios. Segundo ela, uma obra feita na avenida Bento Gonçalves chegou a melhorar o problema, mas as recentes obras realizadas pela avenida JK fizeram retornar.
Materiais de todo tipo
Percorrendo toda a extensão do canal, fica nítida a falta de limpeza por tempo prolongado: papelão, sacos plásticos, garrafas, isopor, embalagem de marmitas, vidro. Como falta manutenção, a vegetação cresceu nas laterais. Já as obras que estão sendo feitas pela avenida Juscelino Kubitschek reduziram a largura do canal, além de jogarem algumas pedras e material de construção para dentro do espaço que deveria estar liberado para escoar a água da chuva.
O bancário aposentado Denilson Santana, 54, lembra da tranquilidade que era a rua há 25 anos. Ele assegura que não é contra a modernização da região, mas ressalta que isso não deveria prejudicar o espaço público coletivo. "Temos que levar em conta também a falta de educação de algumas pessoas que reviram as caçambas de lixo e deixam tudo jogado. Mas há o descaso com a falta da limpeza do canal", analisa.
A síndica Magnória aponta mais um problema no canal: a existência de um cano que despeja esgoto direto. Embora não fique visível, os moradores ouvir o som da água escorrendo constantemente. "Por causa disso já tivemos que chamar a dedetização pela presença de ratos e baratas, fora o mau cheiro", reclama. O incômodo dos condôminos é tamanho que estão dispostos a, se necessário, arcar com a compra de material para que a Prefeitura possa executar uma obra que torne o local em uma passarela e acabe com os transtornos.
O que diz o Sanep
Procurada pela reportagem, a autarquia responsável pelo saneamento em Pelotas disse garantir que a limpeza do canal da Argolo está no cronograma de trabalho para que seja realizada o mais breve possível. A projeção é que na próxima semana uma equipe vá até o local para fazer a remoção das galharias que estão obstruindo a estrutura e ajudando a provocar o acúmulo de sujeira e transbordamento.
Quanto à sugestão dos moradores de construção de uma passarela, o Sanep informou que pode recebê-la mediante um pedido protocolado via e-mail [email protected]. Uma vez recebida a proposta, será encaminhado ao setor de projetos para que passe por análise, enquanto o cliente que fez o pedido fica com o número do protocolo gerado para consulta.
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